Pouco ganho com meus sonhos,
A maldição de minha idade
Encontra-se além dessas paredes.
Meu hálito perambula pelos arredores
E quando há falta de expressão em minhas loucuras,
Defronto-me com o suar dessas manhãs
E me cubro com sua pele ainda úmida.
O desejo que me guie entre os dentes
A vergonha que se esconda no canto nua,
Quem na porta que bate não entre
Nosso odor hoje não vai à rua.
Ai dos amores que se divertem em fração,
Abençoados nós, mal sabemos rimar.
Tudo é silêncio ao sussurro destoado
Os olhos se abrilhantam com um futuro recitado
Seguindo os passos de um andar distraído
De quem batera à porta decidido,
Mas que aos pés do leito chora
Não há nessa terra quem mais lhe devora,
Tu não mais irá voltar.