Tuesday, June 26, 2007

suave manhã

Pouco ganho com meus sonhos,

A maldição de minha idade

Encontra-se além dessas paredes.

Meu hálito perambula pelos arredores

E quando há falta de expressão em minhas loucuras,

Defronto-me com o suar dessas manhãs

E me cubro com sua pele ainda úmida.

O desejo que me guie entre os dentes

A vergonha que se esconda no canto nua,

Quem na porta que bate não entre

Nosso odor hoje não vai à rua.

Ai dos amores que se divertem em fração,

Abençoados nós, mal sabemos rimar.

Tudo é silêncio ao sussurro destoado

Os olhos se abrilhantam com um futuro recitado

Seguindo os passos de um andar distraído

De quem batera à porta decidido,

Mas que aos pés do leito chora

Não há nessa terra quem mais lhe devora,

Tu não mais irá voltar.

Monday, June 04, 2007

há cento

Ela nascera

E ela nascerá

Ela crescera

E ela crescerá

Ela aprendera

E ela aprenderá

Ela correra

E ela correrá

Ela amara

E ela amará

Ela sofrera

E ela sofrerá

Ela cansara

E ela cansará

Ela vivera

E ela viverá

Ela morrera

E ela morrerá

Ela ressurgira

E ela ressurgirá

Ela compreenderá

E ela finalmente compreendera

Que o passado e o futuro

Nada mais é

Do que uma questão de acento.